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AMERICANDO: A fazenda de enganos dos tolos

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Parte II

Após estes ocorridos chegaram dois novos moradores na pequena floresta. Estes estavam à disposição do Velho Cavalo Manco para os trabalhos na fazenda. Tratavam-se de um Corvo Vesgo e uma Capivara que arrastava o bucho no chão.

O Lobo das montanhas e Gavião continuavam na labuta de desempenharem um bom trabalho como sempre fizeram desde que chegaram na fazenda da pequena floresta. Isso, geralmente, causava muita inveja e como já foi dito, pois o esmero como faziam o trabalho, evidenciava a falta de capacidade dos demais.

O Velho Cavalo Manco juntamente a seus novos ajudantes desenvolveram muitos projetos para a fazenda na pequena floresta. Eram projetos grandiosos, tanto o Velho Cavalo Manco, a Capivara que arrastava o bucho no chão e o Corvo Vesgo falavam e falavam pelos quatro ventos. Só fala… nada de prática… O Gavião, sempre muito inteligente e com olhar crítico, evidenciava a falta de coerência entre discurso e prática. Absolutamente nada do que o Cavalo Manco com a Capivara que arrastava o bucho no chão e o Corvo Vesgo empreendiam dava certo. Sobrava incompetência e falta de capacidade física e até mental…

A Capivara que arrastava o bucho no chão era uma perdida entre o dizer e o fazer. Uma falsa moralista de primeira linha. Sempre tinha para dar como exemplo uma grande ação sua, aliás, algo que dizia ter feito em um passado recente. Era sempre uma história de grandes feitos, de honra e honestidade. Tudo uma invenção da própria mente que de tanto ela repedir a voz do ego, ou aquilo que ela queria que tivesse acontecido, ela cria de pés juntos que a tal história era verdade…, porém… todos sabiam que não…

O Corvo Vesgo não ficava atrás. Falso, cínico, e mentiroso contumaz. Sempre fazia um abalo por toda história, sempre exagerava em uma provável consequência que algum animal podia sofrer por algum serviço mal executado. No final das contas nada acontecia, mas ele ficava com um discurso que se não fosse sua bondade o resultado poderia ser pior. Com essas artimanhas dignas de um mentiroso dissimulado ia tentando se impor pelo medo que semeava entre os animais. O Lobo das montanhas e o Gavião sempre percebiam o universo de contradição e hipocrisia do Corvo Vesgo.

Certa vez, um dos trabalhadores da fazenda, na pequena floresta, um Carneiro chegado à bebedeira, encontrava-se em apuros. Por conta da bebedeira às vezes faltava ao trabalho e a sua companheira o havia deixado. O Velho Cavalo Manco, a Capivara que arrastava o bucho no chão e o Corvo Vesgo fizeram uma armadilha para o Carneiro.

Em determinado dia de trabalho havia uma ação coletiva de todos os bichos em prol de um trabalho muito importante para a fazenda na pequena floresta. O Gavião e o Lobo das montanhas já haviam falado com o Velho Cavalo Manco que o Carneiro precisava de um afastamento dos trabalhos, pois estava sem condições de trabalho devido aos seus problemas com bebida e também por conta de sua companheira ter lhe deixado. Era uma fase muito difícil na vida do Carneiro. Mesmo com os avisos o Velho Cavalo Manco nada fez.

Quando o trabalho começou o Carneiro, como já esperado, estava totalmente embriagado tentando fazer um trabalho que não iria no mesmo ritmo dos outros. Os demais bichos com suas cargas deixaram o Carneiro para trás, logo o infeliz caiu e foi pisoteado pelos demais bichos que passavam. O Gavião e o Lobo das montanhas vendo o sofrimento do pobre Carneiro foram em sua ajuda, mas já era tarde…

Tanto o Lobo como o Gavião muito se indignaram, pois sabiam que tanto o Velho Cavalo Manco, como a Capivara que arrastava o bucho no chão e o Corvo Vesgo sabiam que o Carneiro não tinha condições de executar aquele trabalho, mas deixaram de propósito o Carneiro sem condições de exercer o ofício entrar na empreitada.  Morreu o pobre Carneiro e foi levado pelos cães que faziam todo e qualquer trabalho que o Velho Cavalo Manco pedia, a despeito de ser algo correto ou errado. Nessa configuração de coisas alguns cães que prestavam esse serviço sujo, na calada da noite, já tramavam algo com o Corvo Vesgo, pois eram mercenários e estavam interessados em ficar tão somente do lado de quem estivesse mandando. Esquecido e morto fora da pequena floresta em uma mata distante ficou para ser devorado pelos urubus e vermes o pobre Carneiro. Mesmo tendo se livrado de um trabalhador ineficiente, aliás essa foi a estratégia para se livra do pobre Carneiro, a morte do infeliz não fico bem para a imagem do Velho Cavalo Manco na direção da pequena floresta.

Cobras, raposas e hienas usam de covardia quando atacam suas pressas. O leão, o lobo, o elefante, a água, o jacaré e o tubarão usam de coragem, pois são o que são pela força e precisão, jamais pela covardia.

A covardia aliada à mentira são, essencialmente, os meios pelos quais os incompetentes e invejosos usam para tentar vencer. Em resumo, esses seres são, ao mesmo tempo, covardes, mentirosos, incompetentes e invejosos.

Por Américo Neto

Contato: zeamericoneto@hotmail.com

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