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Adolescentes da periferia de Fortaleza vão ao Catar para disputar Copa do Mundo das Crianças de Rua

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Três dias sem dormir, ansiedade e um orgulho que não cabe em si. Os sintomas atingiram em cheio o corpo e a mente de Márcio Alfredo, 16, um dos 8 adolescentes da periferia de Fortaleza que viajam ao Catar, nesta quarta-feira (5), para disputar a Copa do Mundo das Crianças de Rua.

A edição de 2022 será a terceira com participação de cearenses no evento, promovido pela ONG Street Child United. O meio de campo entre os meninos de Fortaleza e a organização é feito pela associação O Pequeno Nazareno (OPN), de assistência à infância, com sedes na capital e em Maranguape.

A “Street Child World Cup”, nome oficial, inclui 28 times, de 24 países, compostos por crianças e adolescentes resgatados da situação de rua e acolhidos por organizações sociais internacionais. A ideia é “representar crianças de rua e defender os direitos das crianças carentes ao redor do mundo”.

A insônia pela ansiedade de viajar não lembra, nem de longe, a falta de sono que dominava as noites de Márcio e da mãe quando dormiam no chão, num quartinho alugado por uma amiga para que não ficassem “ao relento” nas ruas de Fortaleza.

O choro da mãe à época também ganha, hoje, outro sentido: antes, preocupação, angústia por não ter sequer como alimentar a si e aos filhos; hoje, orgulho por ver o menino de 16 anos desbravar o mundo fazendo o que ama – jogando futebol.

Ao todo, 11 meninos na faixa etária de 15 a 17 anos embarcaram, na manhã de hoje, de Fortaleza para o país que vai sediar não só a Copa do Mundo da Fifa, como também a das Crianças de Rua.

Do grupo, 8 vivem na capital cearense e 3 são atendidos pela OPN em Recife, em Pernambuco, onde a entidade também tem sede. “Alguns vivem em situação de rua, acolhidos pela OPN; outros vivem em vulnerabilidade social”, explica Antônio Carlos da Silva, assistente social da OPN.

Ele narra que o convite da Street Child United para os cearenses participarem da competição no Catar foi recebido com alegria, mas veio acompanhado de muita dificuldade e esforço “para fazer dar certo”.

Fonte: Diário do Nordeste

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