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Dia-a-dia com Maria: Lagoas do Iguatu

Por Maria Lopes*
INCÊNDIO E MEMÓRIAS
No último dia 8, por volta das 13:30 horas, passando pela Avenida Perimetral, presenciei um fogaréu que se alastrava diametralmente nas matas que circundam a Lagoa da Bastiana, de modo que me veio uma nostálgica lembrança de meras fotos de um tempo no qual não vivi, mas que entendo ter sido devastado em termos de paisagem e qualidade de vida pelo que fizeram contra nossas lagoas, das quais restam onze, sendo cinco a circundar a zona urbana e outras seis na zona rural de Iguatu.
PRIMEIRA LAGOA ATERRADA
Segundo o memorialista Wilson Limaverde, no início do século XX, onde hoje se situa a Praça Gonçalves de Carvalho, havia a Lagoa do Miringó, aterrada para a construção de uma usina de beneficiamento de algodão.
MAIS AGRESSÕES ÀS NOSSAS LAGOAS
Não diferindo de outros locais, esta cidade sofreu no decurso dos anos as ações destrutivas contra o meio ambiente, sobretudo sobre o aterramento das lagoas para dar lugar à construção civil, ao uso das águas para a plantação irrigada, ao despejo de esgotos diretamente dentro de suas extensões e a contaminação de várias maneiras, com resíduos sólidos e líquidos, inclusive com o escoamento de esgotos hospitalares que, aos poucos foram liquidando nosso tesouro com que a natureza privilegiou esta terra.
CARTÃO POSTAL ESVERDEADO
Sobre o aterramento, podemos enumerar alguns dos casos, a saber, a Lagoa da Telha, que tomava o centro da cidade e cujo nome foi dado originalmente a Iguatu, “Vila da Telha”, restando da mesma, o “Lago da Telha”, cartão postal esverdeado localizado na Avenida Agenor Araújo, edificado na década de 1980.
Ademais, temos o caso da Lagoa do Cocobó, que vem sendo aterrada para loteamentos, a da Bastiana, dividida ao meio pela Avenida Perimetral, lotada de esgotos de toda espécie, que levam suas águas a ter odor insuportável.
NENHUM PROJETO DECISIVO DE PRESERVAÇÃO
Diante desse caos ecológico, lamenta-se que nos planos de urbanização as gestões não tenham reconhecido a necessidade de manter áreas importantes como as que ora são focadas e que certamente fariam toda a diferença na questão climática da cidade (temperaturas cada vez mais elevadas), bem como na preservação de parques de preservação, sendo esse propósito de sustentabilidade aqui almejado e sufocado pela ganância que desprotege e torna cada dia mais insustentável as condições climáticas da cidade.
Ademais, não dá para entender como o município tem recebido uma honraria do porte “Prêmio SELO VERDE”, quando nem sequer suas Lagoas, símbolo geográfico da nossa nascença, tenham sido poupadas.
Finalmente, o que se deseja com esse dissertar oportuno e sofrível sobre a funesta questão ambiental é que seja despertada a sensibilidade de algumas lideranças que prezam pela ecologia, ecoando um grito de alerta como meio de que se reduzam os atos que destoam dos preceitos que vão da nossa Carta Magna à Lei de Crimes Ambientais.
*Mariazinha é advogada, escritora e servidora do IFCE Campus Iguatu
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