Dia-a-Dia com Maria

1° ROUND: Zé Geraldo e Robertinho

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O leitor desavisado certamente pensará que o título evoque uma luta de boxe ou, quem sabe, o sucesso de nova dupla sertaneja. Nada disso! Trata-se apenas de um duelo travado entre dois personagens do fatídico veleiro condutor da nação brasileira.

Nos últimos dias, começaram a rasgar de fato o manto cinzento que recobre a vista desse povo que se acostumou à lama, à desintegração maciça dos seus bens desde culturais aos mais variados e que, ainda assim, se mantém de boca vedada a suportar alvoroços. E bicam-se no Congresso tucanos, patos e corvos.

Verdade é que pagamos os impostos mais altos do mundo, investimos pouco nas formas que nos assegurarão maturidade e preparo para vencer as crises (educação, planejamento administrativo, a começar por cortes significativos nos desmandos do Governo), de maneira que estamos pondo em risco nossa chance de enfrentar as intempéries da competitividade do capitalismo grotesco, encarando os ursos que nos acercam e querem levar o que é nosso (e nos espreitam, vendo o sinal verde a piscar-lhes), enquanto isso, o povo se distrai com a tocha olímpica rolando e fazendo essa gente bem humorada morrer em frenesi.

Numa outra analogia, podemos dizer até que a nação está praticando ciclismo numa estrada tortuosa sob o prisma do sonambulismo coletivo.

No trocadilho das farpas, apenas mudam os assentados e os CPFs de quem saltita, sem, no entanto, ser alterada a volúpia dos que não matam a sede de fornicar o tesouro desse “Brasil de amor eterno”, pedacinho de hino de grande falácia e pouca eficácia, metaforizado como “mãe gentil”, amada pátria, que se deixa embriagar pelo “som do mar e a luz do céu profundo”, imaginando-se “florão da América” e poucos, muito poucos, impotentes militantes atormentados pelos gritos da nova dupla que enfrenta a lona em 2° round e grita ensurdecedoramente:

“- Cala a Boca, vagabundo! Você é ladrão safado!”

Vagueia a multidão em “berço esplêndido”, numa fatídica hipnose, desacreditada, mundialmente difamada, e que supõe estar tudo sob controle.

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